Governo planeja conceder reajuste linear de 5% ao funcionalismo, abaixo da inflação, e proposta é rechaçada por diversas categorias
O presidente Jair Bolsonaro disse lamentar a perda do poder aquisitivo dos trabalhadores e assegurou a servidores públicos que "brevemente isso será recuperado". O governo planeja conceder um reajuste linear de 5% ao funcionalismo - abaixo da inflação. A proposta, porém, ainda não avançou e é rechaçada por diversas categorias.
"Lamentamos a perda do poder aquisitivo por estas questões da política do 'fique em casa e a economia a gente vê depois' e de uma guerra lá fora. Mas estamos voltando à normalidade. Lamentamos o poder aquisitivo dos servidores públicos, mas tenho certeza que brevemente isso será recuperado, em especial à nossa PRF [Polícia Rodoviária Federal], que está nos acompanhando neste momento", afirmou o presidente, em uma cerimônia de
inauguração de obra rodoviária em Propriá (SE).
Bolsonaro não explicou como irá recuperar a perda do poder aquisitivo dos servidores e se alguma categoria poderá ter tratamento diferenciado.
Em mais um evento político em que foi acompanhado do ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, e o ex-titular da pasta Braga Netto, Bolsonaro afirmou que "a nossa democracia" será preservada a qualquer custo.
"Nós defendemos o armamento para o cidadão de bem, porque entendemos que a arma de fogo, além de uma segurança pessoal para as famílias, ela também é a segurança para a nossa soberania nacional e a garantia de que a nossa democracia será preservada. Não interessa os meios que porventura um dia tenhamos que usar. A nossa democracia e a nossa liberdade são inegociáveis", disse Bolsonaro.
Em declarações anteriores, o presidente já defendeu a tese de que a ditadura militar que durou 21 anos no país não foi um regime de exceção, e sim uma "transição pacífica de poder".
Em 1964, os militares já exaltavam a suposta proteção às liberdades individuais e democráticas como justificativa para a derrubada do então presidente João Goulart.
Ontem, em uma cerimônia em São Paulo em que fez um discurso exaltado, Bolsonaro comparou o momento atual com o ano do golpe militar e argumentou que a liberdade da população está ameaçada.
“O que tentaram nos roubar em 64 tentam nos roubar agora. Lá atrás pelas armas, hoje pelas canetas”, pontuou, em críticas indiretas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Superior Tribunal Eleitoral (TSE).
Sem apresentar provas, Bolsonaro tem colocado em dúvida a segurança das urnas eletrônicas e já sugeriu diversas vezes que integrantes do TSE podem favorecer seu principal adversário nas eleições de outubro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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