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Foto do escritorEdmar Soares

Para OMS, covid-zero é insustentável, mas China teme “tsunami” de casos

Um novo estudo da Universidade Fudan, de Xangai, apontou que a China pode sofrer um “tsunami” de casos que levariam a 1,6 milhão de mortos se abandonar sua rígida política de contenção da pandemia




A política de “covid zero” do governo chinês para controlar a pandemia é insustentável, alertou ontem a Organização Mundial da Saúde (OMS), que aconselha uma mudança de rumo. Porém, um novo estudo apontou que a China pode sofrer um “tsunami” de casos que levariam a 1,6 milhão de mortos se abandonar essa política.


“Como todos sabemos, o vírus está evoluindo, mudando seus comportamentos, tornando-se mais transmissível. Com essa mudança de comportamento, mudar as medidas seria muito importante. Quando falamos sobre a estratégia de covid zero, não achamos que seja sustentável”, afirmou ontem Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.


Tedros disse que a OMS discutiu o assunto com especialistas chineses e acrescentou: “Considerando o comportamento do vírus, acho que uma mudança [na estratégia chinesa] seria muito importante”.


Também ontem foram divulgadas projeções de modelagem de pesquisadores da Universidade Fudan, de Xangai, estimando que um aumento não controlado da variante

micron poderia resultar em 112 milhões de infecções sintomáticas, 2,7 milhões de internações em unidades de terapia intensiva (UTI) e quase 1,6 milhão de mortes entre maio e julho.


O estudo, publicado na revista científica “Nature”, ressaltou os temores de que a China seria duramente atingida por uma grande onda da ômicron se as restrições forem afrouxadas, devido à baixa aceitação de vacinas entre grupos mais velhos e da dependência do país de vacinas menos eficazes.


Porém, os pesquisadores da Universidade Fudan, fizeram a ressalva que, dada a natureza de rápida disseminação da ômicron, “é questionável se e por quanto tempo a política de covid zero pode permanecer em vigor”.


Marco Ajelli, um modelador de doenças infecciosas da Escola de Saúde Pública da Universidade de Indiana que contribuiu para o estudo, disse ao “Financial Times” que a China poderia “traçar um c


caminho para sair da política covid-zero” vacinando mais idosos e usando as vacinas ocidentais mais eficazes contra a ômicron em comparação as fabricadas pelas farmacêuticas locais, como a Sinovac e a Sinopharm.


Segundo dados oficiais, apenas 61,5% das pessoas com mais de 60 anos no país já receberam a terceira dose da vacina contra a covid.


Desde o início do atual surto em março até 9 de março, a China registrou oficialmente 763.845 casos de covid-19 e 555 mortes, mas alguns especialistas questionam a confiabilidade desses dados.


A ômicron começou a se espalhar com rapidez pela China em março. Desde então, autoridades de várias cidades, como Xangai e Pequim, renovaram a aposta em lockdown.


Fonte - Valor



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