PRIVATIZAÇÃO DA ELETROBRAS ENTRA NA RETA FINAL
O TCU deu aval ao processo de privatização da Eletrobras por 7 votos a 1 em julgamento desta quarta (19). A tendência de aprovação havia sido antecipada pela Folha. Divergência: o ministro Vital do Rêgo, que havia votado contra no primeiro julgamento na corte de contas, repetiu sua posição. Ele apresentou uma lista do que considerou como irregularidades, mas foi voto vencido. Como será a privatização: com novas emissões de ações no Brasil e nos EUA, reduzindo a fatia da União na empresa de 70% para 45%. O governo terá direito a uma golden share, que dá direito a veto.
A Eletronuclear, dona de Angra 1 e Angra 2, e a Itaipu deixarão a Eletrobras e serão transferidas para uma nova estatal, a ENBPar.
E agora? O processo entra de vez na fase do mercado de capitais. O próximo passo é fazer o registro da operação na CVM e na SEC (CVM americana).
Enquanto isso, será feito o "road show", apresentações aos grandes fundos. A ideia é atraí-los como investidores âncora, que servem para dar credibilidade à operação.
Segundo pessoas ouvidas pela Folha, entre os grandes investidores interessados estariam o fundo 3G, de Lemann, Sicupira e Telles, e a holding Itaúsa, que controla o Itaú e outras empresas.
Antes da etapa final, que é a oferta na Bolsa, haverá ainda a precificação das novas ações a serem emitidas, algo que será decisivo para a participação de investidores graúdos.
Contra o relógio: o tempo é tratado como fundamental pelos envolvidos. A data limite legal para o fim do processo nessa janela é em meados de agosto, mas o governo e a empresa querem fazer a oferta entre junho e o início de julho, antes que a campanha eleitoral esquente. Em números: o governo receberá R$ 67 bilhões no processo de privatização da maior empresa de energia da América Latina, líder nos segmentos de geração e transmissão de energia elétrica no país.
Desse valor, R$ 25 bilhões serão depositados à vista na conta do Tesouro como valor de outorga.
Os outros R$ 32 bilhões vão em parcelas para a CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), que busca reduzir o peso dos encargos e aliviar a conta de luz.
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SPACEX VALE US$ 125 BI
A SpaceX, do bilionário Elon Musk, promoveu uma operação que deve torná-la como a startup mais valiosa dos EUA. A informação foi publicada pela agência Reuters com base em fontes familiarizadas com o assunto. Em números: a SpaceX foi avaliada em US$ 125 bilhões (R$ 620 bilhões) em uma operação feita a partir da venda de ações de investidores que têm participação na empresa.
Esse valor de mercado deve fazer a startup espacial de Musk ultrapassar a fintech Stripe, avaliada pela última vez em US$ 115 bilhões (R$ 570 bi).
A empresa: além de ser uma das protagonistas da corrida entre empresas para levar turistas ao espaço, a SpaceX também atua na oferta de internet banda larga via satélites de baixa altitude.
A startup colocou em órbita 2.000 dos 18 mil satélites previstos para criar sua rede Starlink. A ideia é que ela fique completa em 2029, e para isso serão investidos US$ 30 bilhões (R$ 149 bi).
Em novembro de 2021, o governo brasileiro e a empresa de Musk fecharam um acordo para oferecer internet em áreas remotas do Brasil. A startup também recebeu no início deste ano autorização da Anatel para a exploração de satélites no país.
DIAS DE LUTA, DIAS DE GLÓRIA
Depois de um dia de alívio nos mercados globais, esta quarta foi marcada pela sangria nas Bolsas. O S&P 500, principal índice dos EUA, despencou 4,04%, na maior baixa desde junho de 2020. Esse sobe e desce não é inédito e deve marcar o processo de alta dos juros que está começando nos EUA. Em números: o Nasdaq, que reúne as empresas de tecnologia, tombou 4,73%, enquanto o Dow Jones caiu 3,57%. Por aqui, o Ibovespa recuou 2,34%, em 106.247 pontos, e o dólar subiu 0,87%, a R$ 4,98.
O que explica: a inflação persistente e o temor de uma recessão diante do aperto monetário necessário para esfriar os preços seguem afetando os mercados.
Nos EUA, a previsão de importantes varejistas de que a alta de custos irá prejudicar os resultados ajudou a azedar os negócios.
Os investidores também olham com atenção se a China irá aliviar as restrições impostas pela política de "Covid zero" após a queda de casos. Os lockdowns já geram revisões nas projeções de crescimento do país.
Cash is king: num sinal de como os "donos do dinheiro" estão com medo de se arriscar nas Bolsas, as tesourarias dos fundos internacionais estão com o maior valor em caixa desde os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001.
Mais sobre a Bolsa: CVM volta atrás: a xerife do mercado recuou da sua decisão de janeiro sobre a distribuição de rendimentos dos fundos imobiliários, o que gerou um alívio aos investidores desse segmento.
A medida da autarquia colocava em risco a isenção de IR (Imposto de Renda) sobre parte dos rendimentos distribuídos por esses ativos. Entenda o rolo aqui.
Negócio bilionário: A BR Properties anunciou nesta quarta que acertou a venda de edifícios e participações em empreendimentos imobiliários para o grupo canadense Brookfield por R$ 5,92 bilhões.
FRIO, MAS SEM GEADA
Os produtores de São Paulo acordaram nesta quarta com frio, mas aliviados. A geada que poderia prejudicar as plantações não veio –ou veio bem fraca– e isso também evita nova pressão no preço dos alimentos. Entenda: as ocorrências de geada que atingiram em cheio o campo no ano passado causam impacto imediato nas hortaliças, frutas em período de brotação e afetam também a safra do café em um prazo maior.
Os produtores ainda seguem atentos à nova massa de ar polar que chega ao país no final da semana e que pode trazer maiores riscos para geada.
Impacto no supermercado: com menor oferta, os preços dos alimentos tendem a aumentar e pressionar ainda mais a inflação.
A influência da geada nos preços é monitorada inclusive pelo Banco Central, como disse o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto.
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Fonte - Folha de São Paulo
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